segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Doente do Pé

Li ontem numa reportagem a derrubada de um mito da capital fluminense: não, nem todo carioca sabe sambar. E ri sozinha, pensando nos meus desastres pregressos e em como eu já tinha constatado que o brasileiro pode nascer sem esse talento que eu invejo tanto.
Mesmo adorando os mais variados ritmos e tendo estudado dança por alguns anos, nunca levei jeito para o samba. Nem sei quantas pessoas tentaram me ensinar os passinhos básicos, mas era tanta vergonha que eu passava que acabei me conformando. A pior delas foi quando eu vi uma dinamarquesa (sim, uma dinamarquesa!) que sambava feito uma passista e era professora do rebolado no seu país. Foi demais para mim: desisti de aprender e me recolhi à minha insignificância.
E, na semana passada, fui parar em mais um samba. E já antecipei mentalmente a desgraça que vinha, marcando passo, me envergonhar. Mas tive uma grata surpresa: encontrei vários iguais, e nos acabamos mexendo os ombros. Divertidíssimo! Se os pés são doentes, a cabeça é boa.
A minha resignada conclusão é que a ginga tem algo de congênito: ou você tem, ou não vai ter jeito - você vai se lamentar pelo resto da vida. Não há professor que resolva, porque aquela cadência marcada mora do lado de dentro...

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