terça-feira, 3 de março de 2009

Imperfeito

Porque amores imporfeitos são as flores da estação.

Esses dias, eu estava assistindo a um desses programas de variedades da TV. O quadro era sobre relacionamentos, e um casal falava sobre as coisas que mais irritavam no parceiro. Confesso que morri de rir, porque falaria as mesmas coisas que a moça da TV, além de saber que as respostas do Gustavo seriam as mesmas do cara. E ri mais ainda, porque, mesmo sabendo disso, a gente não muda, nem vai mudar.

Coisas bobas: detesto como ela demora para arrumar o cabelo, me irrito quando ele passa mal e não procura um médico, e por aí vai. Mas, quer saber? Morreria de tédio num relacionamento no qual o outro lado sempre fizesse o que eu quero. As coisas se tornariam tão previsíveis que uma hora eu largaria mão de tudo aquilo e partiria em busca de alguma coisa mais eletrizante.

Por mais que bufemos de raiva, não adianta: não serviria outra pessoa. Por trás de tanta pentelhice, mora aquele jeito único de agradar, a companhia divertida, o gosto por alguma-coisa-que-ninguém-mais-no-mundo-gostava, uma flor sem motivo e uma gargalhada gostosa.

É a teimosia que faz rir, é a birra que faz pensar, é a implicância boba que diverte, é a chatice alheia que faz com que analisemos a nossa própria. Dentro de limites saudáveis, lógico; porque ninguém agüentaria passar o tempo todo sendo perturbado pelo parceiro.

Porque ninguém é perfeito, muito menos a gente.

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