sábado, 23 de maio de 2009

Mas eu sei...

O cotidiano endurece, e preenche o coração com compromissos diferentes daqueles que a gente gostaria de assumir. E, num dia qualquer, nós nos damos conta que a nossa adolescência já assumiu contornos de vaga lembrança, que nossas bolsas carregam o que nossas mães carregavam (no meu caso, isso significa um Sonho de Valsa!haha), que nossas preocupações são outras. Mas o orkut é um santo e o telefone toca de vez em quando. Então, vamos levando assim.

Aí, numa manhã besta de sábado, acordada antes do habitual, a MTV me dá um soco no estômago. Por Enquanto. A música que todas nós tínhamos medo simplesmente se tornou realidade. Aquela foto que é o nosso símbolo está na minha parede, rindo para mim de muito longe. Só para piorar, todas nós inocentemente novinhas nela. Bem que eu tentei, mas veio uma avalanche de lembranças. Nossas gargalhadas sem classe, a casa de cada uma, Festas da Glória e o aniversário da Magá no dia seguinte, sonhos que (nem sempre) aconteceram do jeito que planejávamos, longas conversas, a Bizz da Isabella, táxis de fim de festa, os conselhos absurdos que nos dávamos, as letras de música da Canella na minha apostila, nossas duas festas de formatura, nossas espinhas, meu cabelo curtinho, cartas secretas com vários portadores. Tudo isso junto com um nó de marinheiro na garganta. Por um instante, eu quis meus 17 anos de volta.

Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou
Quando penso em alguém,
só penso em você
E aí, então, estamos bem...

Eu apenas queria que você soubesse


Composição: Gonzaguinha
Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também
E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé
Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

terça-feira, 19 de maio de 2009

Chinelo,

Às vezes, acho sua atitude subserviente. Sempre ali, me esperando na entrada do apartamento, só porque te deixei ali. Fica andando debaixo de tudo, e não se importa quando eu te deixo de lado, quando digo que você é inadequado, casual demais, quando te troco por outro, mais ao tom do lugar.

Porém, quando eu chego, lá está você, sem reclamações, um conforto para mim. E todo o cansaço dá espaço a um enorme alívio, graças a você. Você me relaxa e me traz de volta. Só quando te encontro me sinto totalmente em casa.

Você me entende, sabe que nosso amor é proibido. Você não cabe na minha vida, meu bem. Informal de mais para mim, remetendo a bermudas e sol quente: nada como o que eu vivo. De vez em quando, isso me deprime. Principalmente quando sinto aquelas dores que só você sabe curar.

Sei que prometi te levar à praia. Lá é o nosso lugar preferido, né? Caminharemos juntos, tomaremos sol, sentiremo-nos mais à vontade.

E lá, ninguém poderá nos criticar.

Beijos,
Stela

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Stress,

Quando você aparece, sinto palpitações. Por sua causa, eu não tenho apetite, o sono se tornou leve desconhecido, sinto dores, minhas mãos suam. Sinto vontade de gritar o que eu sinto por você, o quanto você mexe comigo. E, meu estômago revira.

Muitas vezes, eu tenho a impressão de que, quando você está comigo, tudo corre mais rápido, e o relógio flui aos atropelos. Você faz com que tudo o que não quero chegue mais rápido.

Eu não sei o que você viu em mim. Por que não se cansa quando vê minhas lágrimas, olheiras, remédios para dor de cabeça? Por que não me larga quando vê que tenho impulsos de me descabelar e socar a mesa? Você me parece tão senhor de si, autosuficiente, sabedor daquilo que é melhor...então, porque faz tudo isso comigo? Que espécie de teste é esse, tão doloroso?

Por isso te escrevo, querido. Peço que me deixe, antes que eu fique louca.

Adeus,
Stela

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fidelidade,

Todo mundo por aí tem dito que você anda sumida. Que está fora de moda, que seus valores não prestam mais, que os tempos são outros. E isso me dá uma dor enorme, porque sinto saudades de você, tenho medo de que nos distanciemos...mas nada me traz medo como o de uma morte potencial sua.

Você é elegante, sabe? Tem esse ar de que nada pode te atingir...mas as pessoas te criticam tanto, e você continua na sua, ainda que escondida, usando suas joias de prata, ouro, diamante, pérolas e por aí vai.

Eu me sinto bem na sua presença, e nós sabemos que, se você for embora, eu ficaria desnorteada, porque você me conhece melhor que eu. Você sabe o que me faz bem.

Gosto da sua companhia em todos os setores da minha vida. Você está em todos os lugares, para mim. Tudo que é bom começa em você.

Por isso, peço que não me abandone. Nem pelo Arnaldo Jabor, nem pelas mesas de bar, nem pelo Xico Sá, eles que dizem que você não existe. Eles que sofram sem você.

Beijo,
Stela

OBS: Ultimamente, tenho escrito várias "cartas" e as postarei, todas (ainda que não façam muuito sentido, por assim dizer).