quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Santa Chuva

Santa Chuva
Marcelo camelo
Vai chover de novo
Deu na tv
Que o povo já se cansou
De tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui
Que reza ajuda de
Deus
Mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você para mim

Vem cá, que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim
Não
vá para lá
Meu coração vai se entregar
A tempestade

Quem é você
pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor?
Ou
medo de ficar sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher?
Você me
parecia tão bem...

A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de
secar

Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por
você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha Tv
Que eu
vou de vez

Não há porque chorar
Por um amor que já morreu
Deixa
prá lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade...

Meu trabalho é me traduzir...



Há algum tempo tenho vivido situações repetidas. Um verdadeiro disco arranhado e que para variar, eu sei bem o final. Hoje – na verdade ontem – escutei mais uma das incansáveis músicas desse repertório batido. E lá vem todo o drama.

Sabe-se lá o que fazer nessas tais melodias, mas garanto que estou aprendendo como não agir. Às vezes, o rumo do mundo me assusta. Pergunto-me onde tudo isso vai parar.

De repente surge uma solução/tentativa de melhorar ou pensar... Escuto o mestre Caetano... Lembro que “não me amarra dinheiro não, mas os mistérios”. Logo depois eu penso que o motivo da minha tristeza “é um estandarte da agonia”, e talvez não mereça a minha aflição.

Tento passar ao coração um pouco de tranqüilidade, mas não obtenho resultados. Olho a Lagoa e imagino como seria bom navegar em mares calmos, sem sobressaltos, sem toda essa confusão, deixando para trás qualquer tipo de turbilhão. Se tivesse que definir a minha vida seria parecido com o mar no dia de ressaca, bravo, forte, sem anunciar nada somente o risco. Depois, só resta o rastro do estrago. Será que passa?

O meu cd, que está longe de acabar, entoa “Trilhos Urbanos”, imagino que realmente “o melhor o tempo esconde, longe muito longe”. Talvez “aquela curva aberta, aquela coisa certa, não dá para entender”. E que para variar o meu trabalho – diferente da música – é me traduzir.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Será a pré viagem?


Depois de muito tempo sem dar as caras por aqui, sinal de vida – ou ao menos de fumaça – retorno em pleno domingo de carnaval – estranho, mas real. Talvez não seja mais a mesma, vai saber?

O ano começou agitado, desde os planos – que agora se tornaram reais- as maluquices,as boas – e más – surpresas que a vida nos guarda a cada esquina.

Daqui a exatamente 1 semana e 6 dias, estarei distante de boa parte das minhas referências, e principalmente do lugar que aprendi a chamar de “minha terra, meu país”.
Hoje – esse bonito domingo ensolarado, vale lembrar – os sentimentos a respeito desse “pequeno passo para o mundo, mas grande passo para mim” são diversos. Medo, expectativa e ansiedade, são os que percebo com mais clareza – por questões obvias, acredito eu.

Essa com certeza é a mudança mais emblemática! Estarei eu pronta para entender, que como diz Gil, “quem sabe de mim sou eu”? Espero que sim! E, a minha mala – que por um motivo para lá de misterioso – ainda não consegui arrumar. Toda vez que coloco uma mera blusinha, já sinto um nó na garganta, resolvo abortar a tarefa, contrariando o meu lema “missão dada, missão cumprida”.

O fato é que não tem mais jeito! Isso já é fato consumado! Sem possibilidades de retorno – até porque cá pra nós estou animadíssima em “correr mundo,correr perigo”.
O que realmente sei é que até essas miudezas, serão resolvidas até o dia do embarque.
As coisas se ajeitam sempre se ajeitam.

“Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra você que me esqueceu - aquele abraço!
Alô, Rio de Janeiro - aquele abraço!
Todo o povo brasileiro - aquele abraço!”
Gilberto Gil

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Opiniões Desnecessárias de Férias II

Sobre como o ócio (nada) criativo pode render parágrafos inúteis


Eu não tenho o hábito de ver televisão, porque não gosto, mesmo. Aí me peguei vendo novela nessas férias e me lembrei da 7ª série. Caramba, "O Clone II-Um Pouco Mais para Leste"! E lá vem toda aquela coisa de novo: todo mundo sem-pre-a-mou música indiana, saris e tudo o mais.


Fui comprar uma bijouteria e a atendente da loja estava com aquele brinco da Juliana Paes que se dependura na orelha inteira. Ah, socorro!

***

O próximo que vier falar mal de Big Brother comigo, eu acuso de assistir todos os dias. Principalmente, porque eu tenho assistido. Poxa vida, o negócio é a cara das férias: inútil, cheio de gente que só fala batatada, fútil...e com umas festinhas para arrematar. E eu falo sobre o programa com as pessoas mais inacreditáveis!

Para fechar a torneira de asneiras: cara, a Francine É a Margarida do Pato Donald!


***

Falando sério agora: tem gente que sofre tanto em vida, que a gente sente um alívio bem fundo quando elas se vão. Aconteceu isso com a minha bisavó (não a que eu disse em outro post, mas outra), que partiu há umas duas semanas.


Para dizer a verdade, ela já tinha partido faz tempo, e só tinha restado por aqui um monte de dor e angústia. Ficou a vontade de tê-la conhecido melhor, e não ter como lembrança só os chochets que ela fez quando eu tinha uns cinco anos (acreditem, ela estava preocupada com o meu enxoval de casamento).


Mas não escrevi para expor meu luto; mesmo porque, segundo o que eu acredito, eu devo ficar é feliz neste momento. Mas porque uma das coisas que eu mais gosto na vida são as surpresas boas. Quando elas vêm em momentos ruins, melhor ainda, porque dá para tirar uma lição bacana e apagar toda aquela tristeza. Pois bem, um domingo triste conseguiu ser um domingo de sol, que eu nunca mais subestimo.


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DA ALMA (Mário Quintana)
"A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe."

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Hiato Produtivo

Todo mundo precisa de um período de descanso, e eu não falo de férias escolares. São férias da gente, de velhos hábitos corrosivos, de manias que não levam a nada, de sentimentos que mandam embora o nosso bem-estar. Um tempo de reinvenção.

Tempo de chorar na frente do espelho, rever comportamentos danosos, pensar, pensar, pensar. Achar tudo muito esquisito, surpreendente, inusitado. E pensar mais um pouco. Notar uns vícios do passado e expurgá-los, mesmo que isso doa. E, depois de tudo feito, recomeçar, para que se possa cometer uns erros diferentes.

Essa semana eu tive a oportunidade de ver uma pessoa nova, saindo da casca. Preocupando-se menos, dando uma chance a si mesma e se danando para o resto do mundo. Nada de stress pós-traumático: o grande lance é aproveitar o baque para dar um impulso. Assim que eu gosto.