terça-feira, 24 de março de 2009

Irene

Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Antevejo Irene entrando no céu:
- Dá licença, meu branco?
E São Pedro, bonachão:
- Entre, Irene
aqui você não precisa pedir licença.

(Manoel Bandeira)

Só porque isso deve ter acontecido com a minha Irene hoje.

segunda-feira, 23 de março de 2009

20 Fatos sobre: Morar Sozinha

1) Quando você toma um tombo totalmente sem critério no meio da sala, pode agradecer aos céus porque ninguém assistiu.

2) Para curar a dor do tombo, vale um pulo à casa da vizinha por uma pomada emprestada.

3)
A louça não é auto-limpante.

4) A casa não é auto-limpante.

5) Todos os seus amigos que moram sozinhos também se arrastam de preguiça de limpar a casa.

6) Mas 3 e 4 indicam que você precisa limpar a casa, a menos que queira fazer uma reportagem sobre os insetos das grandes cidades. E, no dia que você acorda com coragem suficiente para fazer isso de maneira que até o corredor sinta o cheiro do seu desinfetante, você se sente A pessoa mais poderosa do planeta.

7) Dormir no sofá é uma realidade que pode fazer com que as costas doam.

8) Estudar de madrugada é uma delícia.

9)
Quando o seu chuveiro literalmente pega fogo, sair correndo e ligar para uma amiga, ainda com o cabelo cheio de espuma, pode ser divertido, mas não muito útil.

10) Quando você encontra um ninho de baratas dentro do escorredor de pratos após as férias, ligar para a mãe em pânico pode ser útil, mas não muito divertido.

11)
Para o chuveiro queimado, vale ir à casa da vizinha e tomar banho lá.

12) As contas de luz são uma piada.

13) Não há nada tão solitário quanto uma gripe.

14) Não há nada tão legal quanto receber uma visita de alguém que fale muito. (Essa é tua, Aline!)

15) Ganhar jantares, almoços, pipocas com queijinho da rua e outros gêneros gastronômicos é promovido à categoria de romantismo de primeira linha.

16) A florzinha mais resistente pode ser morta pela sua capacidade de aguá-la pouco... ou muito.

17) As pessoas que moram sozinhas adquirem manias estranhas, como se preocupar em demasia com a toalha esticada do banheiro enquanto toda a casa está em petição de miséria.

18) Jamais ter ido à boate que fica em frente à sua casa só pela raiva que ela te faz passar nas noites de insônia.

19) Sua avó sempre vai achar que você come mal. E, nos finais de mês, ela quase sempre está certa.

20) Você se torna mais intolerante com o mundo. Principalmente se esse mundo jogou alguma coisa fora quando o lixo estava sem sacolinha.

domingo, 15 de março de 2009

Dia frio...

Domingo é sempre um dia diferente. Alguns se reúnem para o famigerado “almoço em família”. Outros vão à praia ou a piscina com os amigos, e por lá ficam jogando conversa fora e admirando mais um dia que vai.

Esse é meu primeiro domingo na Inglaterra. Não tem almoço de família, nem papo furado em uma bonita tarde de verão. Estou sozinha, andando por ai sem saber muito aonde ir. O dia é cinza, a temperatura é muito baixa. Não tem aquela confusão típica e costumeira! Tudo muito silencioso.

Essas são as horas que sinto falta do Brasil. De repente tudo fica tão quieto... Sinto falta do falatório dos meus pais, do telefone tocando sem parar, do entra e sai de gente...

Como tudo na vida esses domingos passarão. Em pouco tempo estarei no meu domingo do Brasil. Com a bagunça e tudo mais que tenho direito.

Hábitos Documentados

Estava eu assistindo ao meu vício dos inícios de ano –Big Brother, quando Pedro Bial fez a pergunta que me calou: do que vocês sentem mais falta (não valendo falar em família e amigos)?

Limitados que só (talvez seja essa a graça do reality show: curar o nosso complexo de inferioridade, mostrando gente-mais-tosca-que-a-gente), eles responderam coisas bem repetidas, tipo Internet. E, como eu adoro essas coisas, já estava me imaginando no lugar deles para responder a pergunta.

As pequenas liberdades da vida são as que mais fazem falta. A liberdade de ir à padaria na hora em que se bem entende, e escolher um pão mais moreno; de olhar vitrines, ainda que sem comprar nada; de escolher a hora de dormir, acordar e tomar banho; de ir ao cinema sozinha, para ver o filme que ninguém mais quer assistir; para falar ao telefone, ouvir música na maior altura ou pegar um ônibus atrasadíssima só porque encontrei um conhecido na rua.

Permanentemente observados, os brothers perdem a oportunidade de viver em off, que é onde as melhores coisas acontecem. A menos que se seja alguém bastante exibicionista ou cafona, não se é pedido em casamento em rede nacional. E aí mora o outro ponto que mais prende os espectadores do programa: a coragem de pagar um preço tão alto por dinheiro...ou só por promoção, mesmo.

Junto a tudo isso, lembrei de um texto da Martha Medeiros (“Capturados”), que falava sobre a necessidade de documentar tudo que ela observava ao redor: "Me pergunto: se você não documentar suas experiências e emoções, elas deixam de existir? Você deixa de existir? Não deveria, mas dá a impressão que sim."

Os Big Brothers vivem o oposto disso: na sua superexposição, o que ganha mais valor é aquilo que não pode ser documentado.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Encontros e Despedidas

Despedidas são sempre despedidas. Algumas tristes, e outras repletas de satisfação, ansiedade ou certa alegria contida ligada ao medo.

Hoje tive uma despedida, a minha na verdade, repleta de expectativas e um marco do meu grande passo. Amigos de longo tempo, outros de pouco, mas em tal intensidade que já se tornaram especiais.

Nessa confraternização, porém, tive rompimentos profundos e claros com algumas pessoas, pessoas essas que nem me interessa como estão ou deixam de estar.
Mas, em contraponto, o meu "estar" os incomoda bastante. Infelizmente alguns foram tirados do meu convívio por fatos, talvez, bobos, mas a vida os encarregou de levá-los.

Tomara que ao voltar às coisas estejam melhores e mais bonitas com todos até os que mau me desejam. Não me interesso, e não perco meu tempo, rogando-lhes o mesmo que rogam por mim.

A verdade nisso tudo é que mesmo na despedida temos encontros, e vice-versa. Que sejamos felizes com todas essas peripécias...
P.S.: O hoje que me refiro texto já aconteceu há 2 semanas!

terça-feira, 3 de março de 2009

Imperfeito

Porque amores imporfeitos são as flores da estação.

Esses dias, eu estava assistindo a um desses programas de variedades da TV. O quadro era sobre relacionamentos, e um casal falava sobre as coisas que mais irritavam no parceiro. Confesso que morri de rir, porque falaria as mesmas coisas que a moça da TV, além de saber que as respostas do Gustavo seriam as mesmas do cara. E ri mais ainda, porque, mesmo sabendo disso, a gente não muda, nem vai mudar.

Coisas bobas: detesto como ela demora para arrumar o cabelo, me irrito quando ele passa mal e não procura um médico, e por aí vai. Mas, quer saber? Morreria de tédio num relacionamento no qual o outro lado sempre fizesse o que eu quero. As coisas se tornariam tão previsíveis que uma hora eu largaria mão de tudo aquilo e partiria em busca de alguma coisa mais eletrizante.

Por mais que bufemos de raiva, não adianta: não serviria outra pessoa. Por trás de tanta pentelhice, mora aquele jeito único de agradar, a companhia divertida, o gosto por alguma-coisa-que-ninguém-mais-no-mundo-gostava, uma flor sem motivo e uma gargalhada gostosa.

É a teimosia que faz rir, é a birra que faz pensar, é a implicância boba que diverte, é a chatice alheia que faz com que analisemos a nossa própria. Dentro de limites saudáveis, lógico; porque ninguém agüentaria passar o tempo todo sendo perturbado pelo parceiro.

Porque ninguém é perfeito, muito menos a gente.