sábado, 18 de outubro de 2008

Ao mestre com carinho

Só me dei conta hoje – uma semana depois – que eu não escrevi nada a respeito do Cartola. Bom no dia 11 de outubro desse ano foi o centenário desse ilustre senhor.

A minha paixão por Cartola, ou melhor, Angenor de Oliveira vem de longa data. Meus pais sempre escutaram, e depois aos poucos – após a rebeldia da adolescência – passei a gostar por vários motivos. Primeiro ele é um dos fundadores do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira – que é a minha primeira paixão – e o segundo, bom ele era tricolor! Acho que tenho motivos suficientes, não?Brincadeiras aparte, Cartola para mim é a essência do samba. É impossível pensar no ritmo sem conhecê-lo.

As músicas de Cartola têm um refinamento simples. Falam de coisas normais que acontecem com todo mundo, mas com sutileza e delicadeza, que as fazem verdadeiras poesias.

Sabe quando a paixão e o namoro acabaram, e você simplesmente não sabe como comunicar o fim. Fica naquela saia justa absurda, sem saber como escapar. Existe coisa mais normal que isso? Em “Acontece” essa situação se torna bonita, de maneira extraordinária.

E quando nós mulheres temos crises absurdas por causa da ex do atual? O sujeito fica naquela embolação, sem graça de dar dó, e não consegue falar muita coisa, logo muda de assunto – até porque cá entre nós o que a gente tem com os relacionamentos anteriores do namorado. Em “Tive Sim”, ele dá um resposta apaixonada, mas com tom de chega para lá em nós, mulheres ensandecidas de ciúmes.

Já em “O Mundo é um Moinho” ele faz o que a maioria dos pais e parentes adoram fazer: dá um puxãozinho de orelha, uma lição de moral, necessária. Tentando alertar para o mundo.

E como esquecer da mais famosa das músicas dele: “As rosas não falam”. Essa é uma daquelas declarações de amor que toda mulher que ouvir. Afinal, quem não quer ser comparada com o perfume de uma rosa?

Essas são só algumas das composições dele. Ainda faltam muitas nessa lista, mas seu eu fosse falar de cada uma levaria pelo menos cem anos. Para quem não conhece Cartola, fica a dica de escutar essas músicas, que são sensações únicas. No mais, ao mestre só resta agradecer, então: Obrigada Cartola.

P.S.: Entre as músicas eu incluiria pelo menos mais duas “O Sol Nascerá” e “Alvorada no Morro”. A biografia dele é um capítulo aparte, vale a pena conhecer.

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