domingo, 19 de outubro de 2008

E a moral?

Relutei muito para escrever sobre o manifesto do Pedro Cardoso. Para quem não sabe ele falou no Festival do Rio sobre o excesso de nudez nas telas brasileiras – todas elas inclusive a tv.

Pedro afirmou que os diretores “obrigam” os atores a ficarem nus. E disse ainda que “cineastas de primeiro filme” fazem sessões prives com as cenas calientes obtidas nas filmagens.

O discurso do ator tem alguns pontos bem interessantes, sob vários aspectos. Entre eles, vale destacar, a questão do critério da nudez, depende da situação etc. Enfim, é uma critica válida – afinal todo manifesto com embasamento tem o seu valor – mas bastante discutível.

Não sou atriz, mas pelo o que eu sei a maioria dos detalhes da cena já estão no roteiro. Portanto na primeira leitura você já entende “as regras do jogo”. Outra questão, o ator falou que um diretor não deve pedir a uma atriz o que não pediria a sua filha (?) – confesso que não “entendi” muito bem esse papo.

Acredito que em qualquer profissão as pessoas estão sujeitas a sabores e dissabores. E tem mais, se o ator se sente agredido ao fazer a tal cena, existe a possibilidade de negar, simplesmente dizer não ao papel. Ninguém é obrigado a fazer nada ok?!

Sobre o fato do excesso de nudez eu até concordo em alguns pontos. Realmente em qualquer horário do dia tem uma semi-nua no ar, mas espera um pouco, não somos nós que determinamos o que assistir? Então existe a possibilidade de trocar o canal né?!

Acho que quando ele falou de tudo isso, esqueceu de mencionar o que para mim é essencial nessa história toda, quem tem que filtrar o que vai ver somos nós. A questão de usar o corpo para atrair o púbico é muito repetida, e é bem simples de entender a lógica. Se você se dispõe a ir assistir um filme porque o casal bonitão está transando, e este é o maior apelo para você, divirta-se. Se o cidadão vai ao cinema com esse intuito, direito dele e paciência.

Já vi excelentes filmes e peças de teatro com cenas de nu que não me agrediram. O que dizer sobre “Os Sonhadores” e o “Último Tango em Paris” do Bertolucci? E as interpretações do Teatro Oficina do Zé Celso – esse último me chocou um pouco no início, mas depois gostei.

A discussão é importante, mas o drama que as pessoas tem feito por causa disso está exagerado. Quando digo isso, não estou falando do Pedro Cardoso, e sim de uma parte da população que resolveu se “manifestar”. No blog do Ricardo Calil, as pessoas estão “avançando” porque ele discorda da opinião do ator, de forma ofensiva. Desnecessário.

As pessoas têm opiniões diferentes. Nada mais nem menos. Acho que já deu dessa patrulhinha da moral e dos bons costumes!

2 comentários:

emersonmathias disse...

Gostei do blog e das "inutilidades" que, na realidade, nao são tão inuteis assim.

Abraços
Emerson

http://emersonmathias.blogspot.com/

Anônimo disse...

Apoiada, companheira!!!