segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Lei de Murphy Aplicada

O que era para ser uma sexta-feira normal tornou-se um thriller de stress, correria, muita chuva e bolhas nos pés. Eu tinha uma formatura para ir, mas só iria depois da minha aula na faculdade, que ia das 19h às 21h. Minha mãe me mandaria uma bolsa com algumas coisas que eu precisaria para o fim de semana, dentre elas os sapatos e a roupa da formatura e alguns itens de geladeira, por um conhecido dela, durante a tarde. Tudo muito simples: no meio da tarde, eu passaria na casa do sujeito, pegaria minhas coisas, voltaria para casa, tomaria um banho e iria para a aula, já pronta para sair de lá direto para a colação de grau (para a qual eu já estaria atrasada, diga-se de passagem).

Primeiro ponto: chovia e fazia um frio de matar, num daqueles dias em que se quer ficar dentro de casa, debaixo das cobertas, com um livro numa mão e uma caneca de chá quentinho na outra. Mas lá vai a besta que vos fala pegar um ônibus para buscar suas coisas na casa do sujeito na hora marcada. Perfeito, se ele não morasse numa pirambeira. Estupendo, se estivesse alguém em casa. Magnânimo, se eu não passasse quase uma hora debaixo da chuva na porta do prédio sem porteiro. Fantástico, se bem na hora que minha paciência acabou os motoristas de ônibus não tivessem entrado em greve. Leia-se: voltei a pé para casa, com chuva, sem bolsa e praguejando contra todas as paralisações possíveis. Mas podia ser pior: minha sombrinha quebrou de uma forma nunca d’antes imaginada e eu precisava segurá-la com as duas mãos para não protagonizar a famosa cena de Mary Poppins.

Chegando em casa (às 17h), tomei um banho fervente, arrumei a juba e já fiquei semi-pronta para a formatura. Com um outro sapato e um coque nos cabelos (eu precisava proteger meu brushing de alguma forma), fui procurar um telefone e ligar para o cara, para saber se eu podia ir até a casa dele ainda antes da aula. Ele atendeu prontamente (e pelos meus cálculos, chegou em casa logo após o fim da minha paciência); empolgadíssima, disse que já estava indo para lá, naquela hora mesmo. Eram quase 18h. Super simples: um ônibus para a casa do cara, outro para a minha casa, guardar as coisas voando, outro ônibus para a faculdade e todos seriam felizes para sempre.

Mas não! Os adoráveis motoristas não tinham voltado ao trabalho...e eu tive outra idéia brilhante: já que eu estou toda maquiada, com esse sobretudo lindo e meia-calça cinza, eu posso pegar um táxi e vou resolver tudo ainda mais rápido! Quando eu estivesse de volta ao centro da cidade, a paralisação dos doces motoristas de ônibus já teria acabado.

Eu não contava com a astúcia do povo juizforano: todo mundo teve a mesma idéia. Não é nada normal encontrar uma fila de quase 30 pessoas no ponto de táxi. Ainda tentei interagir, ver se alguém ia para o mesmo lado que eu...nada. Nessa hora voltou a chover, e eu me dei conta que eu não iria à aula naquele dia se quisesse a minha bolsa e a formatura. Lá fui eu, formalíssima, a pé para encontrar minha encomenda.

Eu nunca tinha visto nada parecido: as calçadas abarrotadas de gente que estava, falando com toda a delicadeza, P#$% da vida. As pessoas se atropelavam, ultrapassavam-se iradamente...parecia o trânsito do meio da rua transposto para o passeio. Parou de chover, e, instintivamente, eu segurava minha sombrinha cambeta como um taco de baseball.

30 minutos de caminhada para pegar minha bolsa em menos de 30 segundos. E mais 30 minutos de caminhada para voltar. Entrei em casa feito um furacão, jogando as coisas de dentro da bolsa direto para o congelador com uma mão, calçando os sapatos com a outra; e falando com a minha mãe ao celular ao mesmo tempo. Retoquei a maquiagem e o perfume e voei para a formatura (sorte que o teatro fica a menos de 100 passos do meu prédio). Quando encontrei o Gustavo me esperando na porta do teatro, a vontade foi de...pedir meia horinha, só para tirar os sapatos e deixar todo o caos sair de mim. Cruzes, o que foi aquilo?

Moral da história: vou passar um bom tempo sem dar um sorrisinho para os motoristas, nem agradecer quando descer dos ônibus. E farei malas mais completas para não precisar pedir coisas durante a semana!

Um comentário:

Anônimo disse...

Dia de cão!!!!!