sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Ainda comem criancinhas?

OK, esse é mais um dos textos que resisti muito para fazer. Até esse momento tentei escapar de política – e ideologia – assim como o diabo foge da cruz, mas não deu – isso me persegue.

Sim, sou uma cidadã que gosta conversar e debater assuntos relacionados a esses temas – apesar de ter andado sem paciência. Por isso resolvi escrever baseada em muitas coisas que li – nas últimas semanas – em blogs, colunas e revistas. Preciso dizer que alguns desses pontos me parecem para lá de démodé, mas “c’est la vie”.

O mundo me surpreende. A começar pelos discursos batidos que as pessoas têm a mania de repetir achando que estão falando uma grande novidade. Ontem passei pela coluna do Zeca Camargo no G1. O espaço tem a intenção de discutir e tratar de assuntos relacionados à arte e cultura, e faz isso bem. Gosto das opiniões e dos textos, apesar de não concordar com todos. Voltando ao assunto, a última polêmica foi o post sobre o filme do Che.

Na minha opinião, o texto não tem nada de político ou tendencioso como alguns acusaram. O que está escrito ali é sobre o filme, e as qualidades do mesmo e nada mais. Mas como falar de Che é sinônimo de causar discussão, nesse caso não foi diferente. Vários comentários dizendo que era um absurdo o jornalista descrever o “monstro” como herói. Para variar um pouco, começaram a enxurrada de argumentos previsíveis que estamos cansados de conhecer.

Tudo bem, o Ernesto Guevara de la Serna não era perfeito, matou pessoas e por ai vai. Mas espera, o cara não estava em uma guerrilha? Então quem está contra você é seu inimigo né? Ah... e se estamos lutando um contra o outro – com armas – a lógica é de matar ou morrer não é mesmo? Só para constar.

Outra coisa, não vale comparar o Guevara com o Hitler, por alguns motivos. Primeiro no caso do Hitler os “inimigos” diretos – judeus, ciganos etc – estavam em desvantagem óbvia. Não estavam militarizados, eram cidadãos comuns que seguiam as leis – até as “censuras” absurdas estabelecidas pelo chanceler – e outra, não estavam oprimindo e nem exigindo a subserviência de ninguém, muito menos do governo. O que não era o caso de Cuba, que passava pelos desmandos da ditadura do Fulgêncio Baptista.

O que me surpreende um bocado é essa obsessão e o medo que as pessoas ainda tem do “comunismo”. Acho que tem gente que ainda acredita que os comunistas comem criancinhas – nem a minha avó acreditaria nisso hoje. Sinceramente estamos vivendo outro período.

Período este em que o novo presidente americano é negro, democrata e jovem, e, já disse que acredita ser o momento de restabelecer as relações diplomáticas entre o país e a ilha – Cuba. Esse mesmo homem recebeu elogios de Fidel e Chávez – o que era até então impensado.

Acho que não é mais o momento de escolher e inventar os “inimigos” do mundo. Estamos passando por uma fase de mudanças. Espero que sejam benéficas.

P.S.: A Intenção do texto não é desrespeitar a opinião alheia, e sim esclarecer alguns equívocos correntes.

P.S.2: Escrevi o texto escutando “Soy loco por ti América” com Caetano.

P.S.3: A eleição americana é papo para outro texto.




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