quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Dona Morte

Eu, minha mãe e Dolfo no carro. Subitamente, ele fez a pergunta que surpreendeu: “Mãe,você vai morrer?”. Ela respondeu alguma coisa no gênero “Vou, mas sem pressa, por favor”, e ele afirmou, ainda meio perplexo “Pois é, todo mundo vai, né?

Tem muita gente que explica a complexidade do ser humano pela consciência que este tem da sua finitude física. Iremos embora, as coisas continuarão a seguir seu rumo independente dessa partida, e em algumas décadas seremos apenas nomes em placas, registros e cartórios. Esse é um ótimo argumento em defesa da minha serenidade, quando esta falta: nós passaremos, e tudo continuará “meio igual”, apesar de nós. Então por que se debater freneticamente contra aquilo que está além de nós?

Eu tenho um medo absurdo de perder as pessoas que eu amo. E medo algum de morrer. Acho que ninguém morre antes da hora: se é chamado para perto de Deus, já cumpriu sua missão, mesmo que não tenha sabido qual foi ela. Acredito que existe alguma coisa do outro lado,ainda que não acredite em reencarnação. Acho que as coisas devem funcionar como naquela história dos gêmeos que conversavam no útero da mãe:

-Será que existe vida pós-parto?
-Não sei, nunca ninguém voltou para contar...

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei a piadinha dos gêmeos no final!!! uahuahuhauhauha