quinta-feira, 10 de julho de 2008

A moeda número um do Tio Patinhas não é minha? Será?

Toda criança é apaixonada por desenho – pelo menos as da minha época. Quando era pequena acreditava que a qualquer momento eu conheceria – ou me tornaria – um super-heroí. O problema é que eu até tinha certa simpatia por heróis, mas gostava mesmo dos vilões.

Era apaixonada pela Maga Patalógica, achava super elegante – mesmo sendo uma pata. Fui tão fascinada pela história do Tio Patinhas que quando comecei a ganhar meus primeiros bichinhos – periquito, cachorro e etc. – jurei que eles teriam os nomes de seus sobrinhos – para quem não se lembra: Zezinho, Luisinho e Huguinho. O último remanesceste, dos meus bichos, foi um passarinho, o Zezinho – que morreu ano passado.

A minha geração foi muito influenciada pelos desenhos da Disney. Lembro-me até hoje do filme – que ganhei no natal de 90 – se chamava “Você já foi à Bahia?”. Esse desenho era ótimo. Já devo ter revisto pelo menos umas 20 milhões de vezes – para faculdade, colégio, vestibular e por gostar também. Nunca vou me esquecer do malandro Zé Carioca – um papagaio muito charmoso e bonitinho – levando o apalermado Pato Donald para conhecer a Bahia – passando pelo calçadão de Copacabana, meio inverossímil, mas OK. Minha mãe e meu pai se recordam até hoje de algumas cenas do filme de tanto que eu os obrigava a ver – não só eles como a família toda.

Sempre me disseram que quando eu crescesse, deixaria os desenhos de lado. Posso garantir que isso não aconteceu, até hoje – às vezes, para ser honesta – compro os gibis da Mônica. Durante as férias assisto toda programação infantil da TV a cabo.

Há pouco tempo me perguntei se eu não teria escolhido o jornalismo por causa do Super-Homem – só para lembrar ele e a Louis Lane são jornalistas. Acredito que – talvez – sim. Sempre achei lindo o fato de ele salvar o mundo. O jornal era o “Daily news”. Adorava esse nome - mesmo quando ainda nem sabia o significado.

O que me levou a escrever esse texto, foi na verdade, um fato bastante engraçado que aconteceu comigo no elevador do meu prédio. Em um dia de semana qualquer – ainda no período de aula – entrei no elevador de manhã, e tinha um menino fantasiado de Super-Homem. Muito simpático e falante ele foi puxando assunto, como não resisto a crianças espertas perguntei:
- Qual o seu nome?
- Ué, Super Homem.
- Ah... É?
- É.
- Mas qual nome que a tia do colégio te chama?
- De Clark Kent né?! – respondeu o menino com uma cara “em que mundo você vive” para mim.

A conversa parou ali, morri de rir e fiquei encantada com o garotinho – que até hoje não sei o nome, apesar de pegar elevador sempre com ele e a sua babá. Descobri, que na verdade, toda criança do mundo, ama desenhos. Acho que esse sonho meio lúdico de ser super-herói nunca irá desaparecer enquanto houver infância.De tudo que se aprende na vida, talvez essa característica seja a única que não possa desaparecer. Afinal, só ela nos faz ter coragem e vontade de levantar da cama e brincar de herói. Brincar de ser gente grande, na verdade, é o ato mais lúdico da minha vida.

Resolvi botar uma música e um vídeo aqui que ilustram bem essa historia dos desenhos, super-heróis e etc.

Superbacana
Caetano Veloso

Toda essa gente se engana
Ou então finge que não vê que eu nasci
Pra ser o superbacana
Eu nasci pra ser o superbacana

Superbacana Superbacana
Superbacana Super-homem
Superflit, Supervinc
Superist, Superbacana

Estilhaços sobre Copacabana
O mundo em Copacabana
Tudo em Copacabana Copacabana
O mundo explode longe, muito longe

O sol responde

O tempo esconde
O vento espalha
E as migalhas caem todas sobre

Copacabana me engana

Esconde o superamendoim

O espinafre, o biotônico
O comando do avião supersônico
Do parque eletrônico
Do poder atômico

Do avanço econômico
A moeda número um do Tio Patinhas não é minha
Um batalhão de cowboys
Barra a entrada da legião dos super-heróis

E eu superbacana
Vou sonhando até explodir colorido
No sol, nos cinco sentidos
Nada no bolso ou nas mãos
Um instante, maestro

Super-homem Superflit
Supervinc, Superist
Superviva, Supershell
Superquentão




Mieli e Elis cantam "Superbacana"

2 comentários:

Unknown disse...

e pensar que o papagaio malandro deve sua vida à política de boa vizinhança do governo americano.

(:

Anônimo disse...

Não vou nem comentar esse texto, hein?

Ass: Homem-Aranha